Um aniversário, um carro e um tombo

Sexta-feira, aniversário de um amigo querido e reencontro com muita gente que não via há muito tempo. Tudo perfeito! Subi de bike e fiquei até quase a festa acabar. Conversei com muita gente, coloquei muitos assuntos e fofocas em dia e até fechei uma parceria incrível com a Laurinha que renderá bons posts para esse blog – aguarde e verão (tá lembrada Laurinha?!).

Bebi super pouco, porque não estou numa pegada de beber demais – apesar da fama de “ciclobreaca”! – e estava ótima para voltar para casa pedalando. Já tinha me despedido da galera e estava voltando sozinha. Mas bastou uma girada no pedal para o casal de amigos Gustavo e Clara se oferecerem para ir comigo. Iríamos para o mesmo lado. Então, vamo aê!

O caminho era basicamente descer toda a rua da Consolação sentido Jardins. Uma descidona deliciosa e tranquila. Fomos embora, vento no rosto e bikes livres, leve e soltas. Até que de repente, do nada, bem na minha frente, um carro dá ré com tudo, saindo de um posto de combustível. Desviei, freei e a bike escorregou. Resultado: TOMBO. Um belíssimo tombo. E adivinhem: eu, que sou hiper adepta do capacete, nesse dia, nesse exato momento, tinha esquecido de colocá-lo. Ele estava no meu cestinho, mas esqueci de colocar. E pra “melhorar”, óbvio, bati minha cabeça no chão!

Só não foi pior porque eu coloquei a minha mão primeiro, então a batida foi amortecida. Na hora senti uma dor muito forte no peito e não conseguia me levantar. Gustavo, Clara e o cara do carro dando ré correram em minha direção. Eu conseguia falar, estava bem lúcida, mas não queria levantar enquanto meu peito não parasse de doer. Fiquei ali um pouco respirando, até que me senti bem para me levantar. O cara do carro, super preocupado, se ofereceu para me levar ao Hospital das Clínicas, o mais próximo dali. Minha bike estava com a roda completamente torta, minha cabeça sangrava, estávamos preocupados.

O Gustavo ficou com a bike, a Clara foi comigo no carro e seguimos embora. Eu estava assustada e desacreditada que aquele acidente tinha acontecido comigo. O cara do carro se apresentou, chama-se Gabriel e pedala no Night Bikers. Estava super mal, disse que curtia muito pedalar e estava muito sentido em ter causado um acidente com uma ciclista.

No hospital o atendimento foi péssimo desde a recepção. A Clara ficou comigo quase o tempo todo, sempre me confortando, conversando e ajudando a suportar, pois tinha horas que me dava uma agonia estar ali e só me restava chorar. Enquanto isso, o Gustavo conseguiu a casa de uma amiga para guardar a minha bike, ele ainda encontrou a Sarinha que seguiu com ele para o Hospital, levando o bike da Clara. Quando vimos que o atendimento ia ser muito demorado, o Gustavo decidiu ligar para o João, que estava em um show. Tadinho! Ele foi correndo para o Hospital.

Eu me sentia bem. Eu estava lúcida, falando e apenas com algumas dores. Na emergência, ao meu lado estava uma mulher que teria a perna amputada e um senhor que ficou paraplégico em um acidente. Ou seja, eu me sentia muito bem, exceto a testa que sangrava muito e a mão que doia demais.

Foi uma longa espera para fazer um Raio-X e uma briga para convencer a enfermeira a fazer um curativo na minha testa (ela sequer quis limpar o sangue). No fim, tudo estava bem. A receita de um remédio e ficar de molho em casa. Voltamos com o dia já amanhecendo.

Agora, estou de molho em casa. A bike com a roda completamente torta (ainda nem fui buscar), o braço doendo e imobilizado com uma tala que eu já tinha em casa e a testa com curativo. Faço gelo, descanso, faço curativo, descanso e ainda ganhei dores por todo o corpo. Apesar dos pesares, estou aqui firme e morrendo de vontade de voltar a pedalar. Muita gente está me dando força, até mesmo os meus pais, que vieram me visitar já que eu não poderia viajar para ver a minha mãe no Dia das Mães. Também perdi os dois anos das Pedalinas, tudo por causa de uma queda de bike. Paciência!

Fico agora guardando as coisas boas dessa sexta-feira. Encontro com pessoas queridas e uma solidariedade fenomenal dos amigos ciclistas, principalmente do Gustavo e da Clara, que ficaram até altas horas da madrugada comigo no Hospital. Quando penso nessas coisas, vejo como sou uma sortuda. Pedalar em São Paulo me proporcionou mais do que conhecer a cidade de um jeito especial, me proporcionou conhecer pessoas com um coração humano e solidário. São estas pessoas, que a bike trouxe até mim, que me fazem todos os dias acreditar em uma cidade melhor, em pessoas muito, muito boas. A estes amigos eu deixo um sincero Muito Obrigada!

24 Responses to Um aniversário, um carro e um tombo

  1. Camila Oliveira disse:

    Poxa Evelyn, que pena ter passado por tudo isso, torço pra que fique boa logo! E ser mal atendida quando se está doente ou machucada é uma experiência horrorosa..

    Os motoristas muitas vezes não tem noção de como um carro pode machucar. Não basta ser ciclista também, tem que ser cuidadoso no volante, é isso que vai fazer a diferença.

    Torço para que o motorista tenha percebido isso. Ninguém (a não ser o Ricardo Neis, claro) faz por querer machucar, mas machuca, então tá na hora de ter noção do peso que se tem nas mãos quando segura um volante, ele tem que pesar nos ombros e na consciência também.

    bjs e melhoras! Apareça sábado que a gente comemora denovo o aniversário das Pedalinas, hehe!

  2. Daniel Santini disse:

    Força, Evelyn. Ainda bem que não foi nada mais grave. Se puder ajudar em algo ou precisar de uns livros para passar o tempo de molho, dá um toque que eu deixo com o João – que é meu vizinho de trabalho agora. Se cuida, menina. Santini

  3. Diego disse:

    Eita, batizando a Germana? já não acha que judiou muito da Serafina? Logo as bicicletas criarão vida e escaparão de vc! rs Brincadeiras a parte, desejo melhoras, logo estará de volta a bike.

    Abraço a vc e ao JP.

  4. Toshio disse:

    Mais um carro atropelado na coleção!

    Precisando de uma força é só falar!

    bjs

    • Bruno Giorgi disse:

      Toshio, pensei a mesma coisa. hehehe

      Evelyn, saudades de você! Vou fazer uma visita enquanto você está de molho para pormos o assunto em dia.

      Torço para que melhore rápido, já que daqui à pouco vai começar a crise de abstinência da bicicleta. rs

      Beijão.

  5. Gabi Kato disse:

    Vixi, que chato, isso. =/
    Melhoras aí, minina! =)

  6. Willian Cruz disse:

    Melhoras! Descanse bem para se recuperar. Nada de forçar esse braço no guidão da bicicleta.

    E parabéns ao Gabriel por ter te levado ao hospital. Depois dessa, tenho certeza que ele vai tomar mais cuidado. :)

  7. cycloffee disse:

    sangue de macaco na pista!!!

    melhoras!

  8. Márcio Campos disse:

    Que infelicidade, Evelinha.

    Pelo que entendi, como a rua estava vazia o sujeito mal olhou, não te viu descendo, e veio de ré pra rua, foi assim ? Você chegou a colidir com o carro ?

    Sei como você se sentiu no hospital, uso serviço público e conheço, dá uma sensação de abandono e solidão. Força aí, não quebrou nada então, né ?

    Quero te ver bem rapidinho, bonitinha. Ainda bem que não estava sozinha.

    Um minuto de descontração nosso e uma imprudência alheia nos já faz sofrer.

    bj

    Márcio

    • Então Márcio, eu não lembro se bati no carro. Achava que não, mas hoje quando vi a bike mudei de ideia… tá muito detonada… a roda dianteira virou um S e o paralama empenou=(

      Mas vamo que vamo… por enquanto de transporte público! hehe

  9. Evelyna,

    Minhas solidariedades para você.
    Se você tiver paciência, ative o DPVAT. Pegou os dados do Gabriel? Ele vai pagar sua roda?

    Agora tenha calma, descanse e estou te esperando para pedalar.
    Bjs,

  10. Diego disse:

    Afinal de contas, que fim levou a Serafina?

  11. Lou disse:

    Ei guria!
    Sinto muito pelas dores, pelo choque, pela espera e pela agonia. Mas isso tudo passa e você sai dessa mais madura.
    Abraço -de leve, pra não amassar.

  12. Aline Cavalcante disse:

    nem lembrou que eu tb tava no hospital! rummm

  13. Matias disse:

    bom que tá melhor, realmente todo cuidado é pouco

  14. Gustavo disse:

    Evelyn,

    Não precisa agradecer, aposto que vc teria feito o mesmo por mim ou por qualquer um aqui!

    Melhoras e beijo!

  15. Clara disse:

    É difícil de acreditar de que maneira alguém – recém-acidentada, em uma maca no meio de um hospital sombrio, na madrugada fria e ouvindo só história trash – pudesse ter tanta disposição e ânimo como você teve. Você contou causos engraçados e histórias incríveis que mal posso me lembrar, tamanha a tensão, preocupação e cansaço. Mas podemos combinar de relembrar (as boas) histórias, de preferência tomando uma gelada.
    Lembremo-nos sempre: quando a esmola é demais, o santo desconfia. Bem que eu senti algo estranho.. por isso, fiquemos espertas!
    Cuide-se sempre!

    PS: e lembre-se que combinamos de trocar favores de vizinhas. Se faltar um ovo ou uma farinha para o bolo.. tamo ai! mas só na semana que vem pq agora tá osso!

  16. Marcelo Mig disse:

    Oi Evelyn,

    Ainda bem que nem foi tão grave quanto poderia ter sido e o sorriso e seus motivos continuam intactos!

    Beijo,
    Mig

  17. Evelyna,

    uma pena ter acontecido isso, e logo depois do meu aniversário :(

    De qualquer forma agradeço muito pela sua presença, e melhoras rápidas.

    Beijos,
    Shadow

  18. disse:

    Nossa Evelyn, que chato! Que susto! Ainda bem que não foi nada grave. Vai se recuperar rápido. Estamos todos sujeitos a esse tipo de acidente. Força ai pra vc. E digo a mesma coisa. A bicicleta me deu a oportunidade de conhecer pessoas maravilhosas… E vivo conhecendo gente legal. A nossa luta continua amiga e vc é uma grande lutadora, precisamos da sua força. Repousa bastante! Abraçosss revitalizadores! Beijos saudosos

  19. Laura Sobenes disse:

    Ahazou na foto, amiga.
    Cicatrizes são boas memórias. :-)

    E é CLARO que eu lembro da nossa parceria. Vamos ahazar um monte neste blog querido do coração.

    Fica forte aí; você é dura na queda, todo mundo sabe disso. :-D

    E se precisar de um ombro pra chorar, uma cara pra bater, um cérebro amigo pra conversar, alguém pra te transportar de bicicleta cargueira, ou qualquer outra coisa, “é nóis”!

    (desculpe a demora pra comentar aqui, mas só vi o post agora…)

    Um beijo enorme!

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